Ao Manuel Rosa Nunes, Mano Velho, Lobo do Mar, Almirante das Barcaças do Mar da Palha (na ocasião da sua aposentação):
Subiste na vida a pulso
O impulso veio de dentro
Do teu Ser
Ajudaste e ensinaste
A saber
Três gerações
P’la nossa a começar
Saudosos anos sessenta
Laboratório de Radioquímica
Bigodinho à Valentino
Moço elegante
Que o minúsculo grama
Que hoje lhe assenta
Não dá p’ra eclipsar
Sofreste injustiça flagrante
Tua resposta foi brilhante
Ir em frente e labutar!
Com o sorriso divino
Dum paladino
“Por detrás dum grã Homem
Há sempre uma grã Mulher”
Diz o povo português
“Cherchez la femme” diz o francês
Ei-la, Custódia
A musa
Alentejana de gema
Que inspirou a tua vida
Como um poema
Eça de Queiroz escreveu
“Lisboa é uma cidade doceira
Como Paris é uma cidade intelectual
Paris cria a ideia e Lisboa o pastel”
É claro que o escritor
Não conheceu o cinzel
Do Manel
Que diga-se entre nós
Não dispensa o bom farnel...
E o que em Almada tá fechado
No tal “segredo”
Com biombo disfarçado
Seja agora espalhado
P’los filhos e p’los netos
Não dá mais p’ra “arrecadari”
Homem!
Daqui a nada
Tens a arca a “arrebentari”
Com um abraço amigo,
Fernando Fernandes 6/10/2008