domingo, 24 de abril de 2016

Recordando uma Professora de Ciências

Saia justa, salto alto, casaco com dois lados (num dia era o vermelho, no outro era o preto), ar aparentemente severo, voz bem timbrada (moderada por uma pastilha “Valda”), gesto de mãos em sintonia com a exposição dos assuntos, um perfume inesquecível, e uma didática memorável.

Assim era a nossa professora de ciências geográfico-naturais e de fisico-química no Externato D. Sancho II, Mértola (1956-62). Chamava-se Idalina, era farmacêutica, directora técnica da farmácia Godinho, e tinha estado anteriormente numa farmácia em Alcoutim. Ao que se diz esteve para ser minha tia por afinidade. Idalina rima com Mirtilina!...

O meu interesse pela física e pela química foi estimulado por ela. Ainda guardo, desses tempos, um frasco de água de cal usada para detectar CO2. Na farmácia Melo adquiri tubos de ensaio e alguns reagentes (por exemplo, licor de Fehling para detectar glicose) e uma retorta para a destilação da madeira (quase pegando fogo à casa!). E, para culminar, a tentativa de recarregar pilhas secas com o Zé Eduardo Rodrigues (“Cré”). Um “empreendimento” que resultou em falência total…
A verdade é que durante as minhas aulas de física e química, ao longo dos anos, a didática da professora Idalina vem sempre à minha memória.