sábado, 23 de abril de 2016

Recordando um Professor de Matemática

Domínio da matéria, clareza e entusiasmo na transmissão de conhecimentos era o timbre do nosso 1º professor de matemática no Externato D. Sancho II, Mértola (1956-57). Chamava-se Baptista, vinha de Beja e estimulou o meu gosto pelas aplicações da matemática.

Eu tinha então 11 anos de idade, mas jamais esqueci o momento em que ele, andando dum lado para outro com um brilhozinho  nos olhos, nos falou sobre Le Verrier, matemático francês. A que propósito?

O planeta Urano foi descoberto em 1781 por Herschel. A teoria da gravidade de Newton era já a “jóia da coroa” no estudo do movimento dos planetas e previsão das suas órbitas em torno do Sol. No entanto, a órbita de Urano calculada pela teoria de Newton, levando em conta apenas 7 planetas, não coincidia com a observada pelos astrónomos. Então, Le Verrier baseado unicamente nos seus cálculos matemáticos sugeriu a existência dum outro planeta. Em 1846, o astrónomo Galle descobriu o oitavo planeta, Neptuno, com uma precisão de +- 1 grau relativamente à previsão de Le Verrier.

Urbain Le Verrier